terça-feira, 29 de junho de 2010

Capítulo XVII - A parte boa de São Paulo

A concessão do reajuste de 150% mencionada no Capítulo __ foi determinante para que minha vida mudasse para melhor. Naquela época eu era um sujeito bastante econômico, poupava quase tudo que ganhava, e estava com um dinheirinho guardado. Quando os 150% começaram a ser pagos, minha capacidade de poupança aumentou muito, exatamente porque minhas despesas continuaram as mesmas, mas a receita aumentou significativamente.
Aí a coisa ficou diferente. Eu comecei a ver que não precisaria levar a vida espartana que levava e passei (para os padrões da época) a gastar dinheiro. Mas ainda assim eu era muito comedido e ponderado. Não era, evidentemente, o perdulário que sou hoje...
Na verdade, eu ainda tinha uma certa rigidez em matéria de dinheiro. Um episódio emblemático revela isso, especialmente quando comparo com a mudança no meu comportamento que ocorreu depois.
Por uma estranha coincidência,
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Capítulo XV - Crime de rico e crime de pobre

Muita gente me pergunta se existe uma clara divisão entre “crime de rico” e “crime de pobre”. Até existe, mas muito menos do que as pessoas pensam. Alguns crimes, como, por exemplo, violência doméstica, estão presentes em todas as classes sociais.
Dizem que pequenos furtos, em geral, são normalmente praticados por pessoas pobres. Nem sempre é verdade, pois já vi casos de “filhinho de papai” praticando esse crime.
Na minha época de Oficial de Justiça não vi certos crimes praticados por ricos, tais como crimes financeiros ou crimes contra a ordem tributária. Na verdade, em apenas uma ocasião vi na prisão uma pessoa que não era pobre.
Existe uma grande diferença entre o crime praticado e o caso que vai parar no Judiciário. Há um longo caminho, que começa com a percepção da vítima. Ela pode simplesmente não saber que foi vítima de um crime, não saber quem foi o autor do crime ou simplesmente não desejar levar o caso à polícia ou ao Ministério Público. Por ocasião do inquérito policial, clique aqui para continuar...

terça-feira, 22 de junho de 2010

Quase todos os capítulos já disponíveis...

ÍNDICE DO LIVRO


Capítulo I - A primeira favela. O lado pobre da rica cidade de São Paulo

Capítulo II - Estudando para o concurso público: de filhinho de papai (adolescência) a Oficial de Justiça (fase adulta)

Capítulo III - A vara criminal

Capítulo IV - Os bandidos, as vítimas e as testemunhas

Capítulo V - Minha mãe, as mães dos bandidos e as mães das vítimas. Família, pobreza e criminalidade

Capítulo VI - Investigadores de polícia, carteiros, cobradores de ônibus e taxistas

Capítulo VII - Advogados, juízes e outras espécies da fauna judiciária

Capítulo VIII - O dia em que, sem querer, plantei uma nulidade em um processo criminal

Capítulo IX - O dia em que evitei fosse plantada uma nulidade em um processo criminal

Capítulo X - O centro de São Paulo. O fórum e o elevador do fórum

Capítulo XI - O Carandiru e outros presídios


Capítulo XII - As delegacias de polícia. O problema da segurança pública em São Paulo

Capítulo XIII - A corrupção na polícia e no Judiciário


Capítulo XIV - Políticos, empresários e prostitutas

Capítulo XV - Crime de rico e crime de pobre

Capítulo XVI - A Associação dos Oficiais de Justiça, os sindicatos dos servidores do Judiciário e as greves de 1989 e de 1990. O reajuste de 150% nos salários dos oficiais de justiça

17.A parte boa de São Paulo.

18.Dando “carteirada” como Oficial de Justiça.

19. Passei no vestibular e fui estudar Direito na USP.

20.A liberdade que o dinheiro proporciona.

Capítulo XXI - Os desafios seguintes

Capítulo XXII - Conclusões

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Capítulo XXII - Conclusões

A etapa de transição entre a adolescência e a fase adulta fica marcada na vida de qualquer pessoa como um período especial. No meu caso, o traço marcante dessa etapa foi o trabalho como Oficial de Justiça.
Até certo ponto, o leitor pode pensar que a vida de um Oficial de Justiça é apenas o que foi descrito neste livro. É importante notar, porém, que descrevi nestas pouco mais de cem páginas apenas os fatos pitorescos ou marcantes. Não descrevi os dias em que simplesmente não aconteceu nada de interessante, as vezes em que fiquei dentro de um ônibus preso em um engarrafamento, ou a raiva que eu sentia quando marcava uma data e horário com alguém para efetuar uma diligência e tomava cano.
Ter sido Oficial de Justiça foi algo determinante na minha vida. Eu extraí várias lições, muitas das quais o leitor pôde perceber ao longo da leitura do livro.
A primeira lição foi a questão do estudo para concurso. Pode parecer óbvio que é necessário estudar com afinco para poder passar em qualquer concurso. O que nem sempre é tão óbvio é clique aqui para continuar...