sexta-feira, 7 de maio de 2010

Capítulo X - O centro de São Paulo. O fórum e o elevador do fórum.

O fórum criminal se situava no centro de São Paulo, no Viaduto Dona Paulina, próximo à Praça João Mendes, onde está até hoje o fórum cível, e próximo à Praça da Sé, onde está a OAB estadual. Há uns duzentos metros está o Largo São Francisco, onde está situada a gloriosa Faculdade de Direito da USP e a Associação dos Advogados de São Paulo. Na época, também o Tribunal Regional Federal estava situado no Largo São Francisco. Nessa região existem até hoje diversas livrarias jurídicas e vários sebos, com grande acervo de livros jurídicos (algumas preciosidades podem ser encontradas até hoje, mas é preciso garimpar: ocorre que pessoas herdam livros antigos de juristas, não fazem idéia de que no meio daquele monte de “livros velhos” existe um ou outro diamante, e vendem tudo para os sebos). Também no Largo São Francisco está situado o Restaurante Itamarati, freqüentado basicamente por advogados e por outras espécies da fauna judiciária, como juízes, promotores etc. Evidentemente, no espaço pequeno da região Largo São Francisco-Praça da Sé-Praça João Mendes estavam concentrados uma quantidade astronômica de escritórios de advocacia, dos mais variados padrões.
O centro de São Paulo já era uma região bastante deteriorada, mas concentrava uma diversidade muito grande. Além dos mendigos que passavam o dia na rua, e das prostitutas do mais baixo escalão que chegavam já no início da tarde, passavam pelo centro de São Paulo empresários e políticos famosos, pessoas das mais variadas classes sociais e, é claro, advogados, estagiários e oficiais de justiça. Até mulheres bonitas poderiam ser vistas no imundo centro de São Paulo: eram as estagiárias que iam ao fórum, em geral para ver algum andamento processual ou tirar xerox de algum documento (a despeito das tarefas executadas serem de menor qualificação, a produção de algumas estagiárias seria digna da revista Vogue ou do São Paulo Fashion Week).
Em uma ocasião, o Malufão apareceu em um carro aberto, acenando para as pessoas. clique aqui para continuar...

3 comentários:

  1. Muito bons os seus relatos, é bom imaginar como seriam as coisas naquela época.

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  2. Poxa! Se a moça misteriosa realmente fosse juíza, você já poderia incluir a dita façanha no seu Currículo Lattes: "tracei uma juíza de Vara Criminal aos 20 anos".

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