tag:blogger.com,1999:blog-81050550292451330462023-11-16T03:09:10.445-08:00Oficial de Justiça aos 19 anosBlog com os capítulos do livro que escrevi a respeito do que vi quando fui Oficial de Justiça nos anos 1989 e 1990Bruno Mattos e Silvahttp://www.blogger.com/profile/15205110990465087383noreply@blogger.comBlogger61125tag:blogger.com,1999:blog-8105055029245133046.post-69396974652943801962018-12-03T07:47:00.001-08:002018-12-03T07:47:42.387-08:00Livro em formato físicoInteiro teor das histórias, agora em formato de livro físico:<br />
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<br />Bruno Mattos e Silvahttp://www.blogger.com/profile/15205110990465087383noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8105055029245133046.post-41204417656378751502011-12-01T02:46:00.000-08:002018-12-03T05:42:55.612-08:00O que é este BlogNarrei neste blog minha experiência como Oficial de Justiça quando eu tinha 19 anos (1989-1990). Os textos foram escritos cerca de 20 anos depois (2009-2011). Depois disso, publiquei essas memórias na forma de livro físico: <a href="https://www.amazon.com/dp/179057076X" target="_blank">clique aqui</a><br />
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.Bruno Mattos e Silvahttp://www.blogger.com/profile/15205110990465087383noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8105055029245133046.post-34830661599252579542011-12-01T02:29:00.000-08:002011-12-01T02:39:54.519-08:00ÍNDICE DO LIVRO (COMPLETO)<p><br /><a href="http://oficialdejustica19anos.blogspot.com/2010/02/capitulo-i-primeira-favela-o-lado-pobre.html" target="_blank">Capítulo I - A primeira favela. O lado pobre da rica cidade de São Paulo</a><br /><br /><a href="http://oficialdejustica19anos.blogspot.com/2010/02/capitulo-ii-o-concurso-publico-de.html" target="_blank">Capítulo II - Estudando para o concurso público: de filhinho de papai (adolescência) a Oficial de Justiça (fase adulta)</a><br /><br /><a href="http://oficialdejustica19anos.blogspot.com/2010/02/capitulo-iii-vara-criminal.html" target="_blank">Capítulo III - A vara criminal</a><br /><br /><a href="http://oficialdejustica19anos.blogspot.com/2010/03/4os-bandidos-as-vitimas-e-as.html" target="_blank">Capítulo IV - Os bandidos, as vítimas e as testemunhas</a><br /><br /><a href="http://oficialdejustica19anos.blogspot.com/2010/03/5minha-mae-as-maes-dos-bandidos-e-as.html" target="_blank">Capítulo V - Minha mãe, as mães dos bandidos e as mães das vítimas. Família, pobreza e criminalidade</a><br /><br /><a href="http://oficialdejustica19anos.blogspot.com/2010/03/6investigadores-de-policia-carteiros.html" target="_blank">Capítulo VI - Investigadores de polícia, carteiros, cobradores de ônibus e taxistas</a><br /><br /><a href="http://oficialdejustica19anos.blogspot.com/2010/04/capitulo-vii-advogados-juizes-e-outras.html" target="_blank">Capítulo VII - Advogados, juízes e outras espécies da fauna judiciária</a><br /><br /><a href="http://oficialdejustica19anos.blogspot.com/2010/04/8o-dia-em-que-sem-querer-eu-plantei-uma.html" target="_blank">Capítulo VIII - O dia em que, sem querer, plantei uma nulidade em um processo criminal</a><br /><br /><a href="http://oficialdejustica19anos.blogspot.com/2010/04/9o-dia-em-que-eu-evitei-fosse-plantada.html" target="_blank">Capítulo IX - O dia em que evitei fosse plantada uma nulidade em um processo criminal</a><br /><br /><a href="http://oficialdejustica19anos.blogspot.com/2010/05/capitulo-x-o-centro-de-sao-paulo-o.html" target="_blank">Capítulo X - O centro de São Paulo. O fórum e o elevador do fórum</a><br /><br /><a href="http://oficialdejustica19anos.blogspot.com/2010/05/capitulo-xi-o-carandiru-e-outros.html" target="_blank">Capítulo XI - O Carandiru e outros presídios</a><br /><br /><br /><a href="http://oficialdejustica19anos.blogspot.com/2009/08/as-delegacias-de-policia-o-problema-da.html">Capítulo XII - As delegacias de polícia. O problema da segurança pública em São Paulo</a><br /><br /><a href="http://oficialdejustica19anos.blogspot.com/2010/01/14-corrupcao-na-policia-e-no-judiciario.html">Capítulo XIII - A corrupção na polícia e no Judiciário</a><br /><br /><br /><a href="http://oficialdejustica19anos.blogspot.com/2009/07/capitulo-14-politicos-empresarios-e.html">Capítulo XIV - Políticos, empresários e prostitutas</a><br /><br /><a href="http://oficialdejustica19anos.blogspot.com/2010/06/capitulo-xv-cirme-de-rico-e-crime-de.html">Capítulo XV - Crime de rico e crime de pobre</a><br /><br /><a href="http://oficialdejustica19anos.blogspot.com/2009/10/17a-associacao-dos-oficiais-de-justica.html">Capítulo XVI - A Associação dos Oficiais de Justiça, os sindicatos dos servidores do Judiciário e as greves de 1989 e de 1990. O reajuste de 150% nos salários dos oficiais de justiça</a><br /><br /><a href="http://oficialdejustica19anos.blogspot.com/2010/06/capitulo-xvii-parte-boa-de-sao-paulo.html">Capítulo XVII - A parte boa de São Paulo</a><br /><br /><a href="http://oficialdejustica19anos.blogspot.com/2010/08/capitulo-xviii-dando-carteirada-como.html">Capítulo XVIII - Dando “carteirada” como Oficial de Justiça</a><br /><br /><a href="http://oficialdejustica19anos.blogspot.com/2010/09/capitulo-xix-passei-no-vestibular-e-fui.html">Capítulo XIX - Passei no vestibular e fui estudar Direito na USP</a><br /><br /><a href="http://oficialdejustica19anos.blogspot.com/2011/12/capitulo-xx-liberdade-que-o-dinheiro.html">Capítulo XX - A liberdade que o dinheiro proporciona</a><br /><br /><a href="http://oficialdejustica19anos.blogspot.com/2009/07/capitulo-21-os-desafios-seguintes.html">Capítulo XXI - Os desafios seguintes</a><br /><br /><a href="http://oficialdejustica19anos.blogspot.com/2010/06/capitulo-xxii-conclusoes.html">Capítulo XXII - Conclusões</a> </p>Bruno Mattos e Silvahttp://www.blogger.com/profile/15205110990465087383noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8105055029245133046.post-70091220225616563162011-12-01T02:19:00.000-08:002018-12-03T05:09:20.688-08:00CAPÍTULO XX - A liberdade que o dinheiro proporcionaO conceito de “liberdade” é bastante subjetivo. Eu tive a exata noção disso quando comecei a ganhar mais dinheiro depois que veio o pagamento, em 1990, da gratificação de 150%. Foi aí que passei a ter acesso a um monte de coisas, tal como vimos em capítulos anteriores.<br />
Em janeiro de 1991, fiz a minha primeira viagem ao exterior, graças ao dinheiro obtido com o trabalho como Oficial de Justiça, óbvio. Meu inglês era péssimo e eu só conseguia me virar com o portunhol. Decidi ir para Cuba, conhecer o “socialismo real”, a arquitetura da cidade de Havana e, óbvio, as praias do Caribe. A VASP tinha uns vôos charter saindo de São Paulo, eu comprei um pacote, e passei uma semana em Havana. Foi uma experiência bastante interessante e decidi que poderia partir para outras aventuras.<br />
Eu estava com uma bela poupança, continuava ralando como Oficial de Justiça e cada vez mais puto com isso. Uma coisa é estar levando uma vida dura quando se está sem dinheiro; outra coisa, muito diferente, é quando se está com dinheiro do bolso.<br />
Ao mesmo tempo, minhas tentativas de ir para uma vara cível tinham sido frustradas.<br />
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<a href="https://www.amazon.com/dp/179057076X" target="_blank">click aqui para continuar...</a>Bruno Mattos e Silvahttp://www.blogger.com/profile/15205110990465087383noreply@blogger.com5tag:blogger.com,1999:blog-8105055029245133046.post-20025978849924191662011-01-09T01:57:00.001-08:002011-01-09T02:11:55.695-08:00A respeito da memória...Mais de uma vez me perguntaram como eu pude lembrar de tantos detalhes para escrever o livro, considerando que os fatos aqui narrados ocorreram há cerca de vinte anos!.. Me perguntaram se eu tinha um "diário" ou algo assim.<br /><br />Na verdade, eu nunca tive um "diário" simplesmente porque sempre fui muito desorganizado.<br /><br />Quando estava escrevendo o livro, fui mexer na papelada velha que eu tinha guardada em casa. Eu tinha a esperança de achar algo relacionado ao trabalho como Oficial de Justiça. Achei diversas anotações referentes a diversas coisas, como narrações de viagens, textos políticos, poesias e contos que eu escrevia na época, além de uma variedade imensa de outros temas, como projeto arquitetônico de barzinho ou lista de coisas que eu deveria fazer no futuro próximo.<br /><br />Quanto ao meu trabalho como Oficial de Justiça... Nenhuma anotação! Por alguma razão misteriosa, eu não deveria achar, na época, que meu trabalho como Oficial de Justiça mereceria anotações.<br /><br />Assim, tudo que descrevi no livro foi produto da memória mesmo. O processo foi interessante: quanto mais eu escrevia, mais lembrava dos detalhes.Bruno Mattos e Silvahttp://www.blogger.com/profile/15205110990465087383noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8105055029245133046.post-33458693387050447662010-09-11T17:05:00.000-07:002010-09-11T17:17:28.553-07:00Capítulo XIX já disponívelSe você já acessou este Blog antes, possivelmente irá querer ler o <a href="http://oficialdejustica19anos.blogspot.com/2010/09/capitulo-xix-passei-no-vestibular-e-fui.html" target="_blank">Capítulo 19</a>.<br /><br />Se é a primeira vez que você acessa este Blog, pode ser interessante ver o <a href="http://oficialdejustica19anos.blogspot.com/2010/06/indice-do-livro-com-os-capitulos-finais.html" target="_blank">índice do livro</a>, com links para os capítulos 1 a 17, 21 e 22, ou ver a <a href="http://oficialdejustica19anos.blogspot.com/2010/01/advertencia-ao-leitor.html" target="_blank">nota do autor</a> (inclusive com os comentários da minha mãe a respeito do vocabulário utilizado...), que explica a perspectiva do livro.<br /><br />Também está disponível o <a href="http://oficialdejustica19anos.blogspot.com/2010/08/capitulo-xviii-dando-carteirada-como.html" target="_blank">Capítulo 18</a>.<br /><br />O Capítulo 20 será disponibilizado oportunamente.Bruno Mattos e Silvahttp://www.blogger.com/profile/15205110990465087383noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-8105055029245133046.post-37083398639900049662010-09-10T04:50:00.000-07:002018-12-03T05:10:59.325-08:00Capítulo XIX - Passei no vestibular e fui estudar Direito na USP.Logo depois de começar a trabalhar como Oficial de Justiça eu me inscrevi em um cursinho preparatório para o vestibular. Escolhi o Anglo, situado na Rua Sergipe, no Bairro da Consolação. Fui fazer o cursinho à noite, porque durante o dia eu trabalhava. Não foi uma época fácil, porque não basta apenas ir às aulas: é preciso revisar toda a matéria dada em classe. Eu assistia a todas as aulas, raramente perdia alguma, anotava tudo. Mesmo quando o professor era ruim eu estava presente, porque sempre se aprende alguma coisa.<br />
De uma maneira geral, o cursinho era bom, a turma era exigente com o nível dos professores. Tinha uma galera que sentava no fundo da sala e só queria zoar, como freqüentemente ocorre. Mas a maioria, como eu, estava lá para estudar e passar no vestibular.<br />
Fiz amizade com uma garota nesse cursinho. Chegamos a ir ao cinema juntos, tentei dar uns beijos nela, mas ela recusou, alegando que tinha noivo.<br />
Veio a primeira fase do vestibular para a USP (realizado pela FUVEST) e, como ocorrera nos anos anteriores, eu passei com larga margem de folga. O duro seria a segunda fase, já que nos dois anos anteriores eu tinha sido reprovado na segundo fase.<br />
Mas na minha terceira tentativa<br />
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<a href="https://www.amazon.com/dp/179057076X" target="_blank">clique aqui para continuar...</a>Bruno Mattos e Silvahttp://www.blogger.com/profile/15205110990465087383noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8105055029245133046.post-85470976011158985982010-08-12T03:31:00.000-07:002010-08-12T03:39:28.227-07:00Informações a respeito deste BlogPara ver o índice do livro, com links para os capítulos 1 a 17, 21 e 22:<br /><br /><a href="http://oficialdejustica19anos.blogspot.com/2010/06/indice-do-livro-com-os-capitulos-finais.html" target="_blank">http://oficialdejustica19anos.blogspot.com/2010/06/indice-do-livro-com-os-capitulos-finais.html</a><br /><br />Para ver a nota do autor (inclusive com os comentários da minha mãe a respeito do vocabulário utilizado...), que explica a perspectiva do livro:<br /><br /><a href="http://oficialdejustica19anos.blogspot.com/2010/01/advertencia-ao-leitor.html" target="_blank">http://oficialdejustica19anos.blogspot.com/2010/01/advertencia-ao-leitor.html</a><br /><br />Para ver Capítulo 18:<br /><br /><a href="http://oficialdejustica19anos.blogspot.com/2010/08/capitulo-xviii-dando-carteirada-como.html" target="_blank">http://oficialdejustica19anos.blogspot.com/2010/08/capitulo-xviii-dando-carteirada-como.html</a><br /><br />Os capítulos 19 e 20 serão disponibilizados oportunamente.Bruno Mattos e Silvahttp://www.blogger.com/profile/15205110990465087383noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8105055029245133046.post-26506833272626649262010-08-10T06:15:00.000-07:002018-12-03T05:12:23.855-08:00Capítulo XVIII- Dando “carteirada” como Oficial de JustiçaUm rapaz saindo da adolescência, algum dinheiro e uma carteira de Oficial de Justiça é, seguramente, uma combinação explosiva.<br />
Quando estava prestes a assumir o cargo de Oficial de Justiça, estava ansioso para receber a tal carteira de couro, com o brasão do Estado de metal, para poder dar “carteirada” bancando a “autoridade”...<br />
No dia da posse, recebi uma cédula funcional de merda. Foi aí que o funcionário me explicou que as tais carteiras de couro eram compradas (!) pelos oficiais de justiça de uma empresa particular.<br />
Logo nos meus primeiros dias de trabalho eu comprei a tal carteira.<br />
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<a href="https://www.amazon.com/dp/179057076X" target="_blank">click aqui para continuar...</a>Bruno Mattos e Silvahttp://www.blogger.com/profile/15205110990465087383noreply@blogger.com6tag:blogger.com,1999:blog-8105055029245133046.post-1618595395378662022010-06-29T04:17:00.000-07:002018-12-03T05:13:45.646-08:00Capítulo XVII - A parte boa de São PauloA concessão do reajuste de 150% mencionada no Capítulo __ foi determinante para que minha vida mudasse para melhor. Naquela época eu era um sujeito bastante econômico, poupava quase tudo que ganhava, e estava com um dinheirinho guardado. Quando os 150% começaram a ser pagos, minha capacidade de poupança aumentou muito, exatamente porque minhas despesas continuaram as mesmas, mas a receita aumentou significativamente.<br />
Aí a coisa ficou diferente. Eu comecei a ver que não precisaria levar a vida espartana que levava e passei (para os padrões da época) a gastar dinheiro. Mas ainda assim eu era muito comedido e ponderado. Não era, evidentemente, o perdulário que sou hoje...<br />
Na verdade, eu ainda tinha uma certa rigidez em matéria de dinheiro. Um episódio emblemático revela isso, especialmente quando comparo com a mudança no meu comportamento que ocorreu depois.<br />
Por uma estranha coincidência,<br />
<a href="https://www.amazon.com/dp/179057076X" target="_blank">clique aqui para continuar...</a>Bruno Mattos e Silvahttp://www.blogger.com/profile/15205110990465087383noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8105055029245133046.post-69198951929823450842010-06-29T04:10:00.000-07:002018-12-03T05:15:03.642-08:00Capítulo XV - Crime de rico e crime de pobreMuita gente me pergunta se existe uma clara divisão entre “crime de rico” e “crime de pobre”. Até existe, mas muito menos do que as pessoas pensam. Alguns crimes, como, por exemplo, violência doméstica, estão presentes em todas as classes sociais.<br />
Dizem que pequenos furtos, em geral, são normalmente praticados por pessoas pobres. Nem sempre é verdade, pois já vi casos de “filhinho de papai” praticando esse crime.<br />
Na minha época de Oficial de Justiça não vi certos crimes praticados por ricos, tais como crimes financeiros ou crimes contra a ordem tributária. Na verdade, em apenas uma ocasião vi na prisão uma pessoa que não era pobre.<br />
Existe uma grande diferença entre o crime praticado e o caso que vai parar no Judiciário. Há um longo caminho, que começa com a percepção da vítima. Ela pode simplesmente não saber que foi vítima de um crime, não saber quem foi o autor do crime ou simplesmente não desejar levar o caso à polícia ou ao Ministério Público. Por ocasião do inquérito policial, <a href="https://www.amazon.com/dp/179057076X" target="_blank">clique aqui para continuar...</a>Bruno Mattos e Silvahttp://www.blogger.com/profile/15205110990465087383noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8105055029245133046.post-16477318000843073692010-06-22T15:15:00.000-07:002010-06-29T04:14:06.277-07:00Quase todos os capítulos já disponíveis...<div align="center"><strong>ÍNDICE DO LIVRO</strong></div><p><br /><a href="http://oficialdejustica19anos.blogspot.com/2010/02/capitulo-i-primeira-favela-o-lado-pobre.html" target="_blank">Capítulo I - A primeira favela. O lado pobre da rica cidade de São Paulo</a><br /><br /><a href="http://oficialdejustica19anos.blogspot.com/2010/02/capitulo-ii-o-concurso-publico-de.html" target="_blank">Capítulo II - Estudando para o concurso público: de filhinho de papai (adolescência) a Oficial de Justiça (fase adulta)</a><br /><br /><a href="http://oficialdejustica19anos.blogspot.com/2010/02/capitulo-iii-vara-criminal.html" target="_blank">Capítulo III - A vara criminal</a><br /><br /><a href="http://oficialdejustica19anos.blogspot.com/2010/03/4os-bandidos-as-vitimas-e-as.html" target="_blank">Capítulo IV - Os bandidos, as vítimas e as testemunhas</a><br /><br /><a href="http://oficialdejustica19anos.blogspot.com/2010/03/5minha-mae-as-maes-dos-bandidos-e-as.html" target="_blank">Capítulo V - Minha mãe, as mães dos bandidos e as mães das vítimas. Família, pobreza e criminalidade</a><br /><br /><a href="http://oficialdejustica19anos.blogspot.com/2010/03/6investigadores-de-policia-carteiros.html" target="_blank">Capítulo VI - Investigadores de polícia, carteiros, cobradores de ônibus e taxistas</a><br /><br /><a href="http://oficialdejustica19anos.blogspot.com/2010/04/capitulo-vii-advogados-juizes-e-outras.html" target="_blank">Capítulo VII - Advogados, juízes e outras espécies da fauna judiciária</a><br /><br /><a href="http://oficialdejustica19anos.blogspot.com/2010/04/8o-dia-em-que-sem-querer-eu-plantei-uma.html" target="_blank">Capítulo VIII - O dia em que, sem querer, plantei uma nulidade em um processo criminal</a><br /><br /><a href="http://oficialdejustica19anos.blogspot.com/2010/04/9o-dia-em-que-eu-evitei-fosse-plantada.html" target="_blank">Capítulo IX - O dia em que evitei fosse plantada uma nulidade em um processo criminal</a><br /><br /><a href="http://oficialdejustica19anos.blogspot.com/2010/05/capitulo-x-o-centro-de-sao-paulo-o.html" target="_blank">Capítulo X - O centro de São Paulo. O fórum e o elevador do fórum</a><br /><br /><a href="http://oficialdejustica19anos.blogspot.com/2010/05/capitulo-xi-o-carandiru-e-outros.html" target="_blank">Capítulo XI - O Carandiru e outros presídios</a><br /><br /><br /><a href="http://oficialdejustica19anos.blogspot.com/2009/08/as-delegacias-de-policia-o-problema-da.html">Capítulo XII - As delegacias de polícia. O problema da segurança pública em São Paulo</a><br /><br /><a href="http://oficialdejustica19anos.blogspot.com/2010/01/14-corrupcao-na-policia-e-no-judiciario.html">Capítulo XIII - A corrupção na polícia e no Judiciário</a><br /><br /><br /><a href="http://oficialdejustica19anos.blogspot.com/2009/07/capitulo-14-politicos-empresarios-e.html">Capítulo XIV - Políticos, empresários e prostitutas</a><br /><br /><a href="http://oficialdejustica19anos.blogspot.com/2010/06/capitulo-xv-cirme-de-rico-e-crime-de.html">Capítulo XV - Crime de rico e crime de pobre</a><br /><br /><a href="http://oficialdejustica19anos.blogspot.com/2009/10/17a-associacao-dos-oficiais-de-justica.html">Capítulo XVI - A Associação dos Oficiais de Justiça, os sindicatos dos servidores do Judiciário e as greves de 1989 e de 1990. O reajuste de 150% nos salários dos oficiais de justiça</a><br /><br />17.A parte boa de São Paulo.<br /><br />18.Dando “carteirada” como Oficial de Justiça.<br /><br />19. Passei no vestibular e fui estudar Direito na USP.<br /><br />20.A liberdade que o dinheiro proporciona.<br /><br /><a href="http://oficialdejustica19anos.blogspot.com/2009/07/capitulo-21-os-desafios-seguintes.html">Capítulo XXI - Os desafios seguintes</a><br /><br /><a href="http://oficialdejustica19anos.blogspot.com/2010/06/capitulo-xxii-conclusoes.html">Capítulo XXII - Conclusões</a> </p>Bruno Mattos e Silvahttp://www.blogger.com/profile/15205110990465087383noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8105055029245133046.post-74662126099870832552010-06-17T04:17:00.000-07:002018-12-03T05:16:09.943-08:00Capítulo XXII - ConclusõesA etapa de transição entre a adolescência e a fase adulta fica marcada na vida de qualquer pessoa como um período especial. No meu caso, o traço marcante dessa etapa foi o trabalho como Oficial de Justiça.<br />
Até certo ponto, o leitor pode pensar que a vida de um Oficial de Justiça é apenas o que foi descrito neste livro. É importante notar, porém, que descrevi nestas pouco mais de cem páginas apenas os fatos pitorescos ou marcantes. Não descrevi os dias em que simplesmente não aconteceu nada de interessante, as vezes em que fiquei dentro de um ônibus preso em um engarrafamento, ou a raiva que eu sentia quando marcava uma data e horário com alguém para efetuar uma diligência e tomava cano.<br />
Ter sido Oficial de Justiça foi algo determinante na minha vida. Eu extraí várias lições, muitas das quais o leitor pôde perceber ao longo da leitura do livro.<br />
A primeira lição foi a questão do estudo para concurso. Pode parecer óbvio que é necessário estudar com afinco para poder passar em qualquer concurso. O que nem sempre é tão óbvio é <a href="https://www.amazon.com/dp/179057076X" target="_blank">clique aqui para continuar...</a>Bruno Mattos e Silvahttp://www.blogger.com/profile/15205110990465087383noreply@blogger.com4tag:blogger.com,1999:blog-8105055029245133046.post-60407887001509965372010-05-07T04:17:00.000-07:002010-05-07T04:21:53.787-07:00Metade do livro está disponível neste blog...<strong>Estão disponíveis onze capítulos:<br /></strong><br /><a href="http://oficialdejustica19anos.blogspot.com/2010/02/capitulo-i-primeira-favela-o-lado-pobre.html" target="_blank">Capítulo I - A primeira favela. O lado pobre da rica cidade de São Paulo</a><br /><br /><a href="http://oficialdejustica19anos.blogspot.com/2010/02/capitulo-ii-o-concurso-publico-de.html" target="_blank">Capítulo II - Estudando para o concurso público: de filhinho de papai (adolescência) a Oficial de Justiça (fase adulta)</a><br /><br /><a href="http://oficialdejustica19anos.blogspot.com/2010/02/capitulo-iii-vara-criminal.html" target="_blank">Capítulo III - A vara criminal</a><br /><br /><a href="http://oficialdejustica19anos.blogspot.com/2010/03/4os-bandidos-as-vitimas-e-as.html" target="_blank">Capítulo IV - Os bandidos, as vítimas e as testemunhas</a><br /><br /><a href="http://oficialdejustica19anos.blogspot.com/2010/03/5minha-mae-as-maes-dos-bandidos-e-as.html" target="_blank">Capítulo V - Minha mãe, as mães dos bandidos e as mães das vítimas. Família, pobreza e criminalidade</a><br /><br /><a href="http://oficialdejustica19anos.blogspot.com/2010/03/6investigadores-de-policia-carteiros.html" target="_blank">Capítulo VI - Investigadores de polícia, carteiros, cobradores de ônibus e taxistas</a><br /><br /><a href="http://oficialdejustica19anos.blogspot.com/2010/04/capitulo-vii-advogados-juizes-e-outras.html" target="_blank">Capítulo VII - Advogados, juízes e outras espécies da fauna judiciária</a><br /><br /><a href="http://oficialdejustica19anos.blogspot.com/2010/04/8o-dia-em-que-sem-querer-eu-plantei-uma.html" target="_blank">Capítulo VIII - O dia em que, sem querer, plantei uma nulidade em um processo criminal</a><br /><br /><a href="http://oficialdejustica19anos.blogspot.com/2010/04/9o-dia-em-que-eu-evitei-fosse-plantada.html" target="_blank">Capítulo IX - O dia em que evitei fosse plantada uma nulidade em um processo criminal</a><br /><br /><a href="http://oficialdejustica19anos.blogspot.com/2010/05/capitulo-x-o-centro-de-sao-paulo-o.html" target="_blank">Capítulo X - O centro de São Paulo. O fórum e o elevador do fórum</a><br /><br /><a href="http://oficialdejustica19anos.blogspot.com/2010/05/capitulo-xi-o-carandiru-e-outros.html" target="_blank">Capítulo XI - O Carandiru e outros presídios</a><br /><br /><br /><strong>Os demais tópicos do livro, ainda não disponíveis neste Blog, são os seguintes:</strong><br /><br /><br /><br />12.As delegacias de polícia. O problema da segurança pública em São Paulo.<br /><br />13.A corrupção na polícia e no Judiciário.<br /><br />14.Políticos, empresários e prostitutas.<br /><br />15.Crime de rico e crime de pobre.<br /><br />16.A Associação dos Oficiais de Justiça, os sindicatos dos servidores do Judiciário e as greves de 1989 e de 1990. O reajuste de 150% nos salários dos oficiais de justiça.<br /><br />17.A parte boa de São Paulo.<br /><br />18.Dando “carteirada” como Oficial de Justiça.<br /><br />19. Passei no vestibular e fui estudar Direito na USP.<br /><br />20.A liberdade que o dinheiro proporciona.<br /><br />21.Os desafios seguintes.<br /><br />22.Conclusões.Bruno Mattos e Silvahttp://www.blogger.com/profile/15205110990465087383noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-8105055029245133046.post-52516570380080260392010-05-07T04:15:00.000-07:002018-12-03T05:17:39.287-08:00Capítulo XI - O Carandiru e outros presídiosQuando eu comecei a escrever este livro, usei em um dos primeiros capítulos a expressão “naquele tempo não havia central de mandados” porque imaginava que a piora do trânsito em São Paulo teria de levar, necessariamente, à criação de central de mandados, tal como existe em Brasília e em outras cidades. Depois descobri que isso não aconteceu...<br />
Contudo, já naquela época, para realizar citações e intimações de pessoas presas em presídios do Estado (não em delegacias), havia uma central de mandados: todo dia um oficial de uma das varas criminais iria cumprir os mandados de todas as varas em todos os presídios situados na Comarca da Capital (entenda-se: situados no Município de São Paulo).<br />
Isso era chamado de rodízio: íamos com o motorista do fórum fazer as diligências nos vários presídios. Por esse motivo, conheci todos os presídios situados na cidade de São Paulo, bem como várias das suas peculiaridades. Evidentemente, visitar presídios não era nem um pouco agradável.<br />
O famoso Carandiru, que foi tema de um filme exageradamente romanceado (mostrou o presídio como se fosse uma festa...) e hoje não mais existe, foi o primeiro presídio que eu visitei. Foi logo que comecei a trabalhar como oficial de justiça e, óbvio, não sabia muito bem como proceder. Fui orientado <a href="https://www.amazon.com/dp/179057076X" target="_blank">clique aqui para continuar...</a>Bruno Mattos e Silvahttp://www.blogger.com/profile/15205110990465087383noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8105055029245133046.post-84186363190955070902010-05-07T03:59:00.000-07:002018-12-03T05:23:08.658-08:00Capítulo X - O centro de São Paulo. O fórum e o elevador do fórum.O fórum criminal se situava no centro de São Paulo, no Viaduto Dona Paulina, próximo à Praça João Mendes, onde está até hoje o fórum cível, e próximo à Praça da Sé, onde está a OAB estadual. Há uns duzentos metros está o Largo São Francisco, onde está situada a gloriosa Faculdade de Direito da USP e a Associação dos Advogados de São Paulo. Na época, também o Tribunal Regional Federal estava situado no Largo São Francisco. Nessa região existem até hoje diversas livrarias jurídicas e vários sebos, com grande acervo de livros jurídicos (algumas preciosidades podem ser encontradas até hoje, mas é preciso garimpar: ocorre que pessoas herdam livros antigos de juristas, não fazem idéia de que no meio daquele monte de “livros velhos” existe um ou outro diamante, e vendem tudo para os sebos). Também no Largo São Francisco está situado o Restaurante Itamarati, freqüentado basicamente por advogados e por outras espécies da fauna judiciária, como juízes, promotores etc. Evidentemente, no espaço pequeno da região Largo São Francisco-Praça da Sé-Praça João Mendes estavam concentrados uma quantidade astronômica de escritórios de advocacia, dos mais variados padrões.<br />
O centro de São Paulo já era uma região bastante deteriorada, mas concentrava uma diversidade muito grande. Além dos mendigos que passavam o dia na rua, e das prostitutas do mais baixo escalão que chegavam já no início da tarde, passavam pelo centro de São Paulo empresários e políticos famosos, pessoas das mais variadas classes sociais e, é claro, advogados, estagiários e oficiais de justiça. Até mulheres bonitas poderiam ser vistas no imundo centro de São Paulo: eram as estagiárias que iam ao fórum, em geral para ver algum andamento processual ou tirar xerox de algum documento (a despeito das tarefas executadas serem de menor qualificação, a produção de algumas estagiárias seria digna da revista Vogue ou do São Paulo Fashion Week).<br />
Em uma ocasião, o Malufão apareceu em um carro aberto, acenando para as pessoas. <a href="https://www.amazon.com/dp/179057076X" target="_blank">clique aqui para continuar...</a>Bruno Mattos e Silvahttp://www.blogger.com/profile/15205110990465087383noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-8105055029245133046.post-60401111327797608342010-04-27T04:59:00.000-07:002010-04-27T05:00:48.874-07:00Direito administrativo para concursosPara quem quer estudar para o concurso de Oficial de Justiça (e para outros concursos também): <a href="http://www.brunosilva.adv.br/indic-adm.htm">http://www.brunosilva.adv.br/indic-adm.htm</a>Bruno Mattos e Silvahttp://www.blogger.com/profile/15205110990465087383noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8105055029245133046.post-6493371723058493802010-04-19T06:18:00.000-07:002010-04-19T06:24:12.021-07:00Novos capítulos disponíveis<strong>Já estão disponíveis nove capítulos:<br /></strong><br /><a href="http://oficialdejustica19anos.blogspot.com/2010/02/capitulo-i-primeira-favela-o-lado-pobre.html" target="_blank">Capítulo I - A primeira favela. O lado pobre da rica cidade de São Paulo</a><br /><br /><a href="http://oficialdejustica19anos.blogspot.com/2010/02/capitulo-ii-o-concurso-publico-de.html" target="_blank">Capítulo II - Estudando para o concurso público: de filhinho de papai (adolescência) a Oficial de Justiça (fase adulta)</a><br /><br /><a href="http://oficialdejustica19anos.blogspot.com/2010/02/capitulo-iii-vara-criminal.html" target="_blank">Capítulo III - A vara criminal</a><br /><br /><a href="http://oficialdejustica19anos.blogspot.com/2010/03/4os-bandidos-as-vitimas-e-as.html" target="_blank">Capítulo IV - Os bandidos, as vítimas e as testemunhas</a><br /><br /><a href="http://oficialdejustica19anos.blogspot.com/2010/03/5minha-mae-as-maes-dos-bandidos-e-as.html" target="_blank">Capítulo V - Minha mãe, as mães dos bandidos e as mães das vítimas. Família, pobreza e criminalidade</a><br /><br /><a href="http://oficialdejustica19anos.blogspot.com/2010/03/6investigadores-de-policia-carteiros.html" target="_blank">Capítulo VI - Investigadores de polícia, carteiros, cobradores de ônibus e taxistas</a><br /><br /><a href="http://oficialdejustica19anos.blogspot.com/2010/04/capitulo-vii-advogados-juizes-e-outras.html" target="_blank">Capítulo VII - Advogados, juízes e outras espécies da fauna judiciária</a><br /><br /><a href="http://oficialdejustica19anos.blogspot.com/2010/04/8o-dia-em-que-sem-querer-eu-plantei-uma.html" target="_blank">Capítulo VIII - O dia em que, sem querer, plantei uma nulidade em um processo criminal</a><br /><br /><a href="http://oficialdejustica19anos.blogspot.com/2010/04/9o-dia-em-que-eu-evitei-fosse-plantada.html" target="_blank">Capítulo IX - O dia em que evitei fosse plantada uma nulidade em um processo criminal</a><br /><br /><strong>Os demais tópicos do livro, ainda não disponíveis neste Blog, são os seguintes:</strong><br /><br />10. O centro de São Paulo. O fórum e o elevador do fórum.<br /><br />11.O Carandiru e outros presídios.<br /><br />12.As delegacias de polícia. O problema da segurança pública em São Paulo.<br /><br />13.A corrupção na polícia e no Judiciário.<br /><br />14.Políticos, empresários e prostitutas.<br /><br />15.Crime de rico e crime de pobre.<br /><br />16.A Associação dos Oficiais de Justiça, os sindicatos dos servidores do Judiciário e as greves de 1989 e de 1990. O reajuste de 150% nos salários dos oficiais de justiça.<br /><br />17.A parte boa de São Paulo.<br /><br />18.Dando “carteirada” como Oficial de Justiça.<br /><br />19. Passei no vestibular e fui estudar Direito na USP.<br /><br />20.A liberdade que o dinheiro proporciona.<br /><br />21.Os desafios seguintes.<br /><br />22.Conclusões.Bruno Mattos e Silvahttp://www.blogger.com/profile/15205110990465087383noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8105055029245133046.post-84245006668154977912010-04-19T06:13:00.000-07:002018-12-03T05:18:45.023-08:009.O dia em que eu evitei fosse plantada uma nulidade em um processo criminal.Nós tínhamos prazo de trinta dias para cumprir os mandados em que não havia uma audiência especificada. Se não cumpríssemos nesse prazo, teríamos de pedir por escrito mais prazo para o juiz, explicando o motivo do atraso. Invariavelmente o motivo era excesso de serviço. Evidentemente, sempre o juiz dava mais prazo, porque ele não teria outra opção: ou dava mais prazo ou abria processo administrativo contra o oficial de justiça... Mas eu não gostava de pedir prazo, preferia deixar meu trabalho sempre em dia e não ter aborrecimentos.<br />
Um dia estava com um mandado para intimar um réu de uma sentença condenatória com o prazo quase estourando. Eu já tinha ido ao endereço, mas ele não estava lá. Eu não me lembro, mas com certeza deveria ter deixado recado para ele ir me procurar no fórum, pois era o procedimento que eu adotava, para não ter de voltar várias vezes a um mesmo endereço.<br />
Só que quem me procurou foi o advogado desse réu. <a href="https://www.amazon.com/dp/179057076X" target="_blank">clique aqui para continuar...</a>Bruno Mattos e Silvahttp://www.blogger.com/profile/15205110990465087383noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8105055029245133046.post-91027274179704355192010-04-19T06:12:00.001-07:002018-12-03T05:20:37.779-08:008.O dia em que, sem querer, eu plantei uma nulidade em um processo criminal.Um dia eu cheguei cedo no cartório e fui recebido com alvoroço. Um colega, antes mesmo de me dar bom dia, foi logo me dizendo:<br />
- Bruno, o que foi que você fez? O Promotor que está substituindo na vara está furioso com você!<br />
Na hora eu não entendi nada. Imaginei que estaria havendo uma confusão. Eu estava voltando de férias e estava mais do que relaxado. Respondi calmamente:<br />
- Esse cara é um mané. Deve estar me confundindo com outra pessoa.<br />
O tal Promotor que estava temporariamente na vara era um desses tipinhos que encarna a figura estereotipada do jovem bem sucedido, oriundo de uma classe social mais elevada, que decide ser promotor de justiça <a href="https://www.amazon.com/dp/179057076X" target="_blank">clique aqui para continuar...</a>Bruno Mattos e Silvahttp://www.blogger.com/profile/15205110990465087383noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8105055029245133046.post-3724102861753525462010-04-06T15:51:00.000-07:002018-12-03T05:21:41.755-08:00Capítulo VII - Advogados, juízes e outras espécies da fauna judiciária.Se o público comum que eu encontrava nas minhas diligências variava da classe E à classe A, o mesmo posso dizer dos advogados. Vi desde o advogado semi-analfabeto até o medalhão famoso. <br />
Não é possível dizer como era o perfil ou o comportamento padrão dos advogados criminalistas que conheci, nem mesmo tentando generalizar. Alguns eram muitos jovens, outros muitos velhos; alguns eram ótimos de papo, outros carrancudos; tinha advogado que era político, advogado que só trabalhava no convênio da assistência judiciária gratuita, advogado com escritório do mais alto luxo, advogado que trabalhava em verdadeiras espeluncas, advogado que só defendia bandido rico, digo, réu rico etc. Alguns advogados usavam diversas artimanhas para atrasar ou anular o processo, outros faziam questão de agir de forma estritamente correta para adquirir ou manter o respeito perante os juízes. Tinha de tudo mesmo.<br />
Os advogados mais cultos, em geral, não davam muito papo para mim. No máximo eram gentis e me parabenizavam por ser “tão novo e já oficial de justiça”... Alguns advogados, ao contrário, adoravam conversar e contar vantagem. Com esses era diversão na certa.<br />
Uma vez eu fiquei conversando com um advogado brega e burrão <a href="https://www.amazon.com/dp/179057076X" target="_blank">clique aqui para continuar...</a>Bruno Mattos e Silvahttp://www.blogger.com/profile/15205110990465087383noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8105055029245133046.post-79993528268044892332010-03-02T14:50:00.000-08:002010-03-02T14:56:48.134-08:00Seis capítulos disponíveisJá estão disponíveis os seis primeiros capítulos.<br /><br /><a href="http://oficialdejustica19anos.blogspot.com/2010/02/capitulo-i-primeira-favela-o-lado-pobre.html" target=_blank>Capítulo I</a><br /><br /><a href="http://oficialdejustica19anos.blogspot.com/2010/02/capitulo-ii-o-concurso-publico-de.html" target=_blank>Capítulo II</a><br /><br /><a href="http://oficialdejustica19anos.blogspot.com/2010/02/capitulo-iii-vara-criminal.html" target=_blank>Capítulo III</a><br /><br />Os capítulos 4, 5 e 6 estão nos posts abaixo, na ordem correta.Bruno Mattos e Silvahttp://www.blogger.com/profile/15205110990465087383noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-8105055029245133046.post-47540772832366076402010-03-02T14:49:00.000-08:002018-12-03T05:24:14.540-08:004.Os bandidos, as vítimas e as testemunhas.Encontrar bandidos soltos nas diligências não era fácil. A maioria dos bandidos para os quais eu levei citações e intimações estavam presos. Como teremos um Capítulo específico para falar de delegacias e presídios, vou tratar aqui dos bandidos soltos, ou melhor, dos réus soltos: temos de presumir que todos são inocentes até o trânsito em julgado da condenação!.. A partir de agora, portanto, não irei usar o vocábulo bandido, mas sim o vocábulo réu.<br />
A maioria dos processos criminais é precedido do inquérito policial, que reúne as provas contra determinado(s) pessoa(s) e embasa a denúncia do Ministério Público. Isso significa que quando eu recebia um mandado de citação (ato do juiz que chama o réu ao processo para se defender), na maior parte dos casos, o réu já sabe que o processo existirá.<br />
Assim, quase sempre eu não encontrava o réu no seu endereço, pois ele já tinha sumido.<br />
Mas tinha um crime específico em que eu sempre encontrava o réu: <a href="https://www.amazon.com/dp/179057076X" target="_blank">click aqui para continuar...</a>Bruno Mattos e Silvahttp://www.blogger.com/profile/15205110990465087383noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-8105055029245133046.post-60964587248933509992010-03-02T14:47:00.000-08:002018-12-03T05:25:37.693-08:005.Minha mãe, as mães dos bandidos e as mães das vítimas. Família, pobreza e criminalidade.Eu saía de manhã para trabalhar e minha mãe, invariavelmente, estava dormindo. Mas eu tinha que ir acordar ela para me despedir. Ela sempre me perguntava:<br />
- Vai fazer coisa perigosa?<br />
Por fazer coisa perigosa entenda-se citar ou intimar bandidos. Eu então respondia:<br />
- Não, mãe, hoje só tem advogado e testemunha.<br />
Passei quase dois anos enganando a minha mãe com essa história. Se fosse verdade, os processos só teriam advogados e testemunhas, nunca réus... O fato é que essa mentira conseguia deixá-la tranqüila e ela voltava a dormir.<br />
Todas as mães dos bandidos que conheci achavam que os filhos não tinham feito nada, que era tudo culpa dos amigos etc. A história das tais “más companhias” é verdade: elas sempre achavam que o filho apenas estava junto com os amigos que tinham cometido os crimes ou que ele fora influenciado pelos maus amigos. Às vezes a culpa era da namorada. Nunca do filho.<br />
Um caso interessante ocorreu em um bairro de classe baixa, mas que não era dos piores. Eu fui citar o réu na casa dele e, lá chegando, <a href="https://www.amazon.com/dp/179057076X" target="_blank">clique aqui para continuar...</a>Bruno Mattos e Silvahttp://www.blogger.com/profile/15205110990465087383noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-8105055029245133046.post-65591984374003559052010-03-02T14:40:00.000-08:002018-12-03T05:26:29.610-08:006.Investigadores de polícia, carteiros, cobradores de ônibus e taxistas.Nas diligências, era comum encontrar investigadores de polícia, mesmo fora das delegacias. Em uma entrevista que li recentemente na internet, uma oficial de justiça teria dito que a relação dos oficiais de justiça com a polícia era ruim. Digo, sinceramente, que essa não foi minha experiência. Pelo contrário, investigadores e agentes da polícia civil sempre davam boas conversas e eu os achava muito divertidos. Também não tive qualquer problema com policiais militares, mas em geral eles eram sérios e de pouca conversa.<br />
Os policiais civis trabalhavam em dupla nas diligências com viatura. O agente policial dirigia o carro e o investigador ia no banco do carona.<br />
Uma vez eu estava caminhando em uma avenida situada próxima à divisa com Diadema quando, subitamente, uma viatura da polícia civil parou na minha frente, o investigador desceu e disse bruscamente:<br />
- É você que nós queremos!<br />
<a href="https://www.amazon.com/dp/179057076X" target="_blank">clique aqui para continuar...</a>Bruno Mattos e Silvahttp://www.blogger.com/profile/15205110990465087383noreply@blogger.com1